O Programa do Concurso propõe que se amplie a ideia de comunidade na cidade de Lisboa a partir de um modelo operativo de criação de cooperativas, assente na “sustentabilidade ambiental, estética e inclusão” de acordo com os valores da Nova Bauhaus Europeia.
O Lugar da intervenção tem ecos de ruralidade, que apontam para uma memória colectiva de continuidade.
Trabalhámos sobre a ideia de um espaço de encontro ancestral, presente nas comunidades com uma escala de proximidade, revisitada de várias formas nos tecidos históricos da cidade, em núcleos urbanos construídos sobre a densidade e a partilha, como as judiarias de Alfama ou Vilas operárias.
A proposta materializa o encontro entre o Programa e o Lugar, trabalha a partir da herança, e reflecte sobre a sua transformação.
Procurámos proximidade – a partir da ideia de limite, de um quarteirão único, qualificado, integrando o existente na sua diversidade.
O Limite materializa-se num grande Alçado de Conjunto que se prolonga no primeiro plano das coberturas, redefinindo a frente de rua, de uma forma coerente mas integrando o acidental.
Desenha se como um único gesto e com a linguagem da cidade, unificando o novo (NI1), e o recuperado (NI2). Respeita-se a fragmentação visível no cadastro, num equilíbrio entre diversidade volumétrica e coerência formal do conjunto.
O quarteirão é rasgado por três atravessamentos: dois existentes – a escadaria e o largo – e um proposto, ligando a Rua das Barracas ao Largo do Cabeço da Bola.
Na convergência destes caminhos define-se um novo centro – o espaço comunitário – e é a partir dele que os edifícios se articulam. O desenho convida a convergir antes de distribuir para as habitações.
c. SIA arquitectura | imagens – catarina ferreira | lisboa, portugal | concurso público | 2023